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11 de abril: Dia Mundial da Doença de Parkinson



Nas comemorações do Dia Mundial da Doença de Parkinson, uma notícia traz esperança a pacientes e profissionais da saúde: está confirmado o início da produção nacional do principal medicamento utilizado no tratamento, que resultará aos cofres públicos uma economia de cerca de R$ 90 milhões em cinco anos.

Hoje, os medicamentos fornecidos às cerca de 20 mil pessoas tratadas em instituições públicas são comprados pelos Estados por meio de licitações públicas. Com a confirmação da transferência da tecnologia para o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação 

Oswaldo Cruz (Farmanguinhos/Fiocruz), o Ministério da Saúde centralizará a aquisição desses medicamentos, ampliando sua oferta em todo o país.

Caracterizado pela degeneração das células nervosas e da deficiência de dopamina, neurotransmissor responsável por levar informações às áreas cerebrais que comandam o movimento, a Doença de Parkinson atinge cerca de 2% da população acima de 60 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas no mundo apresentem a doença, no entanto, parte delas permanecerá por muitos anos, ou a vida toda, sem o correto diagnóstico e tratamento adequado.

Diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para interromper, ou pelo menos atrasar ao máximo a evolução da doença, que acomete mais de 400 mil brasileiros. 

Segundo pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Rochester nos Estados Unidos, o maior impacto da doença de Parkinson se dá justamente nos países em desenvolvimento, nos quais a estimativa é que a incidência de Parkinson duplique nos próximos 25 anos.

Nesses países (onde se inclui o Brasil), a enfermidade não tem sido percebida como um problema de saúde pública. Consequentemente, faltam políticas públicas de saúde voltadas para esse nicho da população, que contemplem não apenas o diagnóstico e o tratamento, mas também os custos agregados ao tratamento e até a assistência psicológica ao portador de Parkinson e seus familiares.

“Por isso é importante divulgar o máximo de informações sobre o assunto. Quanto antes o paciente procura o médico, mais rápido o diagnóstico é feito e mais rápido ele se beneficia do tratamento específico para a doença. Essa medida tem um impacto grande na qualidade de vida do paciente”, alerta o Dr. Egberto Reis Barbosa, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Para o especialista, é urgente a revisão das políticas públicas de saúde para o tema no país. Prova disso é o índice que utiliza o DALY (Disability Adjusted Life Year – Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade), construído a partir da mortalidade estimada para cada doença e seu efeito incapacitante. Este índice mensura em anos o impacto de doenças crônicas como a de Parkinson, demonstrando todos os efeitos devastadores da doença de Parkinson a longo prazo no cotidiano dos portadores.
A Doença de Parkinson
Logo após o Alzheimer no rol de enfermidades neurodegenerativas mais comuns, a doença de Parkinson está relacionada à degeneração de várias células nervosas, em especial do sistema dopaminérgico, situado na substância negra do sistema nervoso central (SNC). A dopamina é o principal neurotransmissor dos gânglios basais, responsável, portanto, por levar informações às áreas cerebrais que comandam o movimento. Com a deficiência de dopamina, surgem falhas nos mecanismos de controle motor da pessoa, levando a sintomas como tremor em repouso; rigidez; bradicinesia (lentidão dos movimentos); alterações no equilíbrio, na voz e na escrita; disfunções no sistema digestivo e urinário, uma vez que a mastigação fica comprometida. Os pacientes também apresentam dificuldade para controlar o esfíncter da bexiga e outros sintomas associados, como depressão, alterações do sono, diminuição da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo.
Mais de 80% das pessoas com a Doença de Parkinson sofrem com depressão e, em mais de 30% dos casos, associada a sintomas motores.

Diagnóstico e tratamento:

O diagnóstico desta patologia não é tão simples. Sem causa específica, ele é feto clinicamente, por exclusão de outras doenças.

“Na prática médica, é possível encontrar pacientes que têm sintomas da doença de Parkinson, mas que na realidade têm outras doenças. 

Geralmente, o paciente vem ao consultório do médico com tremor, rigidez e lentidão. É imprescindível descobrir quais medicamentos o paciente tem utilizado e se houve um episódio em seu histórico que poderia desencadear essa disfunção. 

Depois, quando necessário, por meio de exames tais como tomografia computadorizada, ressonância magnética, etc. é que descartamos tumores ou acidente vascular cerebral”, explica Dr. Egberto.

Há diversas classes de fármacos que podem levar a um quadro clínico semelhante ao da Doença de Parkinson, como os que são prescritos para o tratamento de doenças psiquiátricas. Só excluindo estes fatores de confusão é possível chegar ao diagnóstico preciso da doença de Parkinson.

Outro fator de risco é a própria idade: quanto mais velhos ficamos, maior a chance de manifestar a doença, já que no próprio processo de envelhecimento há uma queda progressiva nas funções orgânicas, representada também pela diminuição do número de neurônios.

Quanto à prevenção, há indícios de que pessoas que praticam atividade física regular, que utilizaram anti-inflamatórios não hormonais, que têm níveis de ácido úrico elevados e o hábito de tomar café também são menos suscetíveis a apresentar a doença.

Confirmado o diagnóstico, de acordo com o Dr. Henrique Ballalai Ferraz, médico neurologista da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o tratamento é iniciado com medicamentos. Conforme a doença evolui, é necessário ajustar as doses e, muitas vezes, combinar mais de um medicamento para os sintomas da doença.

“Existe tratamento cirúrgico para os sintomas de Parkinson, mas não está indicado a todos os casos. A cirurgia, por ser um procedimento invasivo, é reservada para aqueles pacientes que estão recebendo os medicamentos de uma forma otimizada mas que ainda têm limitações consideráveis no seu dia a dia”, avalia.

O tratamento medicamentoso tem ainda outra vantagem: é oferecido gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“De modo geral, os pacientes têm sido bem assistidos. O que é mais deficiente no Brasil é o acesso aos especialistas pelo SUS. Mas, feito o diagnóstico e instituído o tratamento indicado pelo neurologista, os medicamentos podem ser obtidos, apesar da burocracia envolvida nesse processo”.

Fonte : Academia Brasileira de Neurologia

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