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Inverno potencializa doenças pulmonares



 O tempo frio e a baixa umidade do ar causam prejuízos na população saudável e podem agravar as condições pulmonares em pacientes com doenças neurológicas e disfagia

Gripes, resfriados, as mais diversas alergias e viroses respiratórias são comuns no inverno, devido a alta umidade relativa do ar. Por outro lado, em diversas regiões brasileiras, sobretudo nos grandes centros urbanos, a poluição é dinamizada pelo ar seco (umidade relativa do ar muito baixa), irritando as mucosas nasais e vias aéreas. Nestas condições, sofrem a população geral, especialmente crianças, idosos e, também, os portadores de doenças neurológicas.

O inverno em si não é o causador de todos estes males, principalmente na população geral. Aos males da estação, somam-se alguns comportamentos que devem ser “reeducados” para propiciar menos riscos de doenças pulmonares. Dentre as recomendações estão adotar uma alimentação saudável (composta de frutas e verduras), manter uma boa hidratação (sobretudo em condições críticas de baixa umidade do ar), evitar aglomerações e locais totalmente fechados e ainda comparecer às campanhas de vacinação, que ajudam a aumentar a resistência ao vírus da gripe.

Atenção especial deve ser dada às pessoas com doenças neurológicas e com disfagia orofaríngea, pois estes estão em uma situação de maior vulnerabilidade, pela dificuldade de receber adequadamente por via oral todos os nutrientes e hidratação necessários.

Embora a maioria dos casos de gripes e resfriados seja de baixa gravidade, em certas condições pode evoluir para um quadro de maior complexidade. Nesses casos, existe comprometimento das vias aéreas inferiores – traqueia, pulmão ou ainda os alvéolos pulmonares – e os resultados podem ser as pneumonias e as broncopneumonias. Nos pacientes neurológicos disfágicos, a possibilidade de comprometimento pulmonar ainda pode estar associada à broncoaspirações de alimento ou saliva, o que potencializa a gravidade do caso.


Casos mais Graves

“No inverno, todos ficamos mais expostos às doenças das vias respiratórias e os cuidados devem ser redobrados, sendo este alerta muito frequente nos cuidados da população em geral. No entanto, o grupo de adultos e crianças especiais, portadoras de doenças neurológicas e com dificuldades de deglutição (disfagia) com risco de aspiração de alimentos para a via aérea inferior, podem ter seu quadro agravado neste período mais frio, quando as doenças pulmonares por inúmeras etiologias são potencializadas”, diz a fonoaudióloga Dra. Roberta Gonçalves da Silva, coordenadora do Departamento de Disfagia da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa).

Neste grupo que merece atenção especial estão adultos e crianças acidentados (traumatismo cranioencefálico), parkinsonianos, pessoas acometidas por acidente vascular cerebral (AVC), paralisia cerebral, esclerose lateral amiotrófica e muitas outras doenças neurológicas.

As disfagias orofaríngeas acometem mais de 90% dos pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e mais grave ainda é que a broncopneumonia aspirativa é uma das causas de mortalidade na população neurológica. Além disso, o Brasil acompanha o envelhecimento populacional que ocorre em todo o mundo, apresentando atualmente mais de 20% da população acima de 50 anos. “No inverno, esta faixa etária da população e os portadores de doenças neurológicas são diretamente afetados, embora muitas vezes, os alertas sejam mais focados ao conjunto de pessoas sem doenças”, explica a fonoaudióloga. 

Este ano, o Ministério da Saúde ampliou a assistência a pacientes com AVC (Acidente Vascular Cerebral), determinando, entre outros procedimentos e recursos, o suporte diário de atendimento fonoaudiológico. “O governo foi muito assertivo na determinação do fonoaudiólogo na equipe de atendimento ao AVC, permitindo que a identificação precoce do risco de disfagia e outros distúrbios de linguagem e fala nesta população possam acelerar os programas de diagnóstico e reabilitação interdisciplinar para pessoas com necessidades especiais”, revela
Roberta Gonçalves da Silva.

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia tem como proposição a disseminação das práticas fonoaudiológicas baseadas em evidência. No contexto do inverno, reforça a importância do atendimento aos portadores de doenças neurológicas, que compõem uma parcela significativa da população brasileira e ressalta a especial atenção aos idosos.

Portaria Ministério da Saúde n° 665/2012
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas / AVC

Institucional - Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa)
Embora de origem muito antiga, apenas há 30 anos a Fonoaudiologia foi oficialmente reconhecida no Brasil (Lei 6.965/81) e mais recentemente, há 23, foi criada a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), datas que sem dúvida, nortearam novos rumos para a consolidação de todo o segmento.  


Com o decorrer dos anos houve ampliação da articulação do setor com as instituições públicas, como os Ministérios da Saúde e Educação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, o Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. No biênio 2004/2005, foram planejadas as oficinas de sensibilização de docentes e discentes para o SUS, com aprovação do projeto e o financiamento do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde.


Site Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa): http://www.sbfa.org.br

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