Objetos
pequenos podem não apontar sintomas imediatos quando aspirados, dificultando o
diagnóstico clínico
Caracteriza-se
“corpo estranho” qualquer objeto ou substância que, impensadamente, penetra o
corpo humano ou suas cavidades. Pode ser ingerido, colocado nos condutos
auditivos ou aspirado para os pulmões.
A
aspiração de corpo estranho é um acidente grave e potencialmente fatal, que pode
ocorrer em qualquer fase da vida, alerta o dr. Ascedio Rodrigues, pneumologista
e membro da SPPT.
“Cerca
de 80% dos casos ocorrem em crianças, com um pico de incidência entre 1 e 3 anos
de idade, e principalmente entre meninos.”
Amendoim,
milho, feijão e sementes em geral são os principais elementos aspirados por
crianças, correspondendo a 40% das ocorrências. Mas pedaços de brinquedos,
brincos, tampas de canetas, entre outros, também são
relatados.
Adultos
raramente aspiram corpos estranhos, ocorrendo geralmente quando são submetidos a
procedimentos em orofaringe, estão inconscientes por diferentes motivos
(medicação, intoxicação ou politraumatismos) ou apresentam problemas
neurológicos e psiquiátricos.
Segundo
o especialista, nos adultos, a natureza do corpo estranho é altamente variável e
muito relacionada aos hábitos e atividades profissionais: próteses dentárias,
pregos, clips, estilhaços de acidentes e fragmentos de ossos e dentes são os
elementos mais encontrados.
Asfixia,
engasgo seguido de tosse, cianose perilabial (coloração azul-arroxeada dos
lábios), principalmente em pacientes saudáveis, é bastante sugestivo de
aspiração de corpo estranho. Nessas circunstâncias, o paciente deve ser
encaminhado imediatamente ao hospital.
“Quando
o diagnostico é tardio, o período entre o episodio de aspiração e o aparecimento
ou piora dos sintomas como falta de ar, chiado, pneumonias de repetição e
secreção purulenta, pode durar dias, meses ou anos, dependendo do grau de
obstrução da via aérea e da natureza do material aspirado”, revela.
Comentários
Postar um comentário