O
mofo, também chamado de bolor, é uma espécie de fungo filamentoso que pode
ser encontrado em qualquer lugar onde a umidade e o oxigênio estejam presentes.
Seu crescimento e reprodução são feitos a partir da água, assim, lugares com
umidade excessiva proporcionam condições ambientais próprias para a sua
proliferação.
Estes
microorganismos podem produzir produtos tóxicos (micotoxinas) que têm um efeito
prejudicial à saúde do homem e são comumente encontrados em matéria orgânica,
como pães e frutas. Conviver com eles também pode trazer prejuízos para a
saúde, como doenças respiratórias. Asma brônquica e rinite alérgica são alguns
problemas respiratórios agravados pelo mofo.
O mofo pode, ainda, ser responsável
pelo desenvolvimento de doenças de hipersensibilidade, como pneumonite ou a
sinusite fúngica.
Segundo
a dra. Andrea Gimenez, pneumologista e pós-graduanda da UNIFESP, sintomas não
alérgicos se apresentam como irritação de mucosas ocular, dor de cabeça,
náuseas, tontura, irritação de pele e fadiga.
Sintomas como congestão nasal,
coriza, espirros, irritação na garganta (vias aéreas superiores), tosse, chiado
no peito (vias aéreas inferiores) e a exacerbação de patologias respiratórias,
como falta de ar e opressão (no caso de asma), prurido e obstrução nasal (no
caso de rinite alérgica), podem revelar problemas nos ambientes fechados em que
permanecemos por mais tempo.
Para a dra. Andrea Gimenez, o
desenvolvimento de sintomas ou doenças relacionadas à umidade e ao mofo depende
de uma série de fatores, entre eles tempo e extensão da exposição, concentração
de microorganismos ambientais, suscetibilidade individual, doenças de base e
imunidade específica.
No Brasil, as principais causas
da pneumonite de hipersensibilidade (PH) são o mofo (principalmente
intra-domiciliar) e os antígenos aviários (criação de pássaros).
“No caso de exposição ambiental
a mofo, os indivíduos expostos inalam durante anos substâncias derivadas do
fungo, suspensas no ar, que ao chegarem aos pulmões desencadeiam um processo
inflamatório que culmina, em muitos casos, com fibrose pulmonar O indivíduo
passa a desenvolver sintomas respiratórios limitantes e, em alguns casos, com
necessidade de oxigenioterapia domiciliar”, explica a
especialista.
A PH é uma doença com curso
variável, mas que na grande maioria dos casos em que a exposição é mantida, evolui para
cronicidade com comprometimento
pulmonar irreversível e progressivo.
Pessoas alérgicas,
imunodeprimidas, com doenças pulmonares de base e crianças nos primeiros cinco
anos de vida, com história familiar de asma, são as mais suscetíveis aos efeitos
nocivos da umidade e da exposição ao mofo.
Prevenção:
Aumentar a ventilação local,
reparar vazamentos, rachaduras, infiltrações e tudo o que permita a
desumidificação do ambiente são os melhores métodos para prevenir o aparecimento
de mofo em casa. É importante estar atento à condensação produzida em banhos
muito quentes ou fervuras na cozinha, pois ajudam no acúmulo de umidade nas
áreas mais frias.
O vinagre é indicado para limpar as
áreas afetadas, por conter ácido acético, que é capaz de combater o fungo.
Evitar que a mobília fique muito encostada na parede também é uma medida muito
importante. No caso de armários embutidos, recomenda-se colocar placas de isopor
nas paredes, antes de instalá-los, ou então, dar uma distância razoável entre a
parede e o fundo do armário.
“Caso todas as medidas tenham
sido tomadas, mas o mofo continue a aparecer, uma mistura de água e água sanitária, na
proporção de um para um, pode resolver o problema. Deve-se lavar a parede e
enxaguar com pano úmido e esperar secar”, recomenda a dra. Andrea
Gimenez.
Alerta:
Nas épocas mais quentes e
úmidas do ano, estes problemas tendem a agravar-se devido ao aumento da umidade
relativa do ar e das chuvas, que se associam ao aumento de vazamentos de água e
enchentes. As regiões litorâneas detém maior umidade relativa do ar, assim estão
associadas à maior umidade e, como conseqüência, a maiores e mais frequentes
problemas relacionados ao mofo.
Enviado por : Chico Damaso
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