Quanto mais cedo for diagnosticado e iniciado o tratamento, melhores serão os resultados
A perda de memória é um dos sinais da chegada da velhice. Quando nos esquecemos de algo, sempre ouvimos comentários como “está ficando velho? Você não se lembra de mais nada!”. Porém, a constante amnésia pode ser o sintoma da doença de Alzheimer.
Em 21 de setembro, é celebrado o Dia Mundial do Alzheimer. A data, instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como objetivo alertar pacientes e familiares sobre os primeiros sinais da doença e os tratamentos adequados.
A causa específica que desenvolve este mal ainda não é conhecida pelos especialistas, mas a doença provoca a progressiva deterioração das funções cerebrais, afetando a memória, a fala, a consciência e a habilidade de se cuidar.
Pesquisadores já constataram que as alterações cerebrais aparecem muitos anos antes dos sintomas se manifestarem.
Segundo a dra Sonia Maria Dozzi Brucki, coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), “o paciente pode ter algumas alterações cognitivas, mas ele ainda se mantém funcional no dia a dia, sem perceber que está desenvolvendo a doença”.
Ao contrário do que pensamos, esta doença não se restringe à terceira idade. O público mais jovem também está sujeito, apesar de mais raro. Em geral, pessoas acima de 65 anos são mais suscetíveis.
“Cerca de 1 milhão de pessoas acima de 65 anos apresenta o quadro de demência. Dessas, 60% tem o Alzheimer”, explica a dra Sonia.
Diagnóstico:
Normalmente, o paciente procura um médico quando começa a se incomodar com a falha na memória. A partir daí, o neurologista investiga, através de exames, se há realmente um declínio da cognição.
Com a confirmação, alguns exames são fundamentais para afastar outras causas de demência, tais como de sangue (avaliando a função tireoidiana, a vitamina B12, a função renal e a hepática), para investigar se a causa é passível de tratamento.
Também devem ser solicitadas a tomografia ou ressonância magnética, para afastar qualquer possibilidade de tumor ou acidente vascular cerebral, ou outras lesões intracerebrais.
De acordo com a dra Sonia Brucki, “se os exames de sangue não constatarem nenhum resultado alterado, e na tomografia ou ressonância apontar uma atrofia nas regiões temporais, é provável que o paciente tenha um quadro degenerativo. Dependendo dos sintomas, como a perda de memória progressiva, o diagnóstico pode ser o Alzheimer”.
Sintomas:
A principal característica é o déficit da memória e a perda da velocidade de raciocínio. Realizar atividades, que antes eram consideradas “simples”, torna-se cada vez mais complicado. A pessoa passa a ter dificuldades em memorizar nomes e experiências recentes.
No início do quadro, os sintomas são mais leves, e o paciente ainda pode se dedicar aos afazeres diários com certa independência.
Contudo, com a evolução do déficit da memória e de outras funções, a pessoa perde a capacidade de cuidar de tarefas do dia a dia e com a evolução, até de si própria, até atingir um ponto em que necessitará de auxílio 24 horas por dia.
A doença não pode ser evitada:
O Alzheimer não pode ser evitado, mas é muito importante que as pessoas fiquem atentas aos sintomas, pois há a possibilidade de protelar a evolução da doença quando diagnosticada ainda no início.
“Devemos nos manter ativos, realizando atividades físicas e intelectuais para retardar o seu aparecimento. Além disso, é essencial que haja o controle dos fatores de risco para as doenças vasculares, como a diabetes, hipertensão e colesterol”, diz a dra Sonia.
Tratamento:
Alguns medicamentos podem ser receitados pelo médico, conforme cada caso. No Brasil, alguns deles estão disponíveis através do sistema público.
Estes medicamentos aliviam os sintomas e podem retardar a evolução da doença, mas os melhores resultados são obtidos quando administrados na fase precoce.
“O tratamento público é muito bom. Qualquer paciente pode solicitar a documentação, que deverá ser preenchida pelo médico, para receber os remédios pelo governo.
E mesmo o medicamento pago está mais barato atualmente. Em geral, se gasta por volta de 90 a 100 reais por mês de medicação específica”, conta a neurologista.
Enviado por : Mariana Palacios / Graziela Massonetto
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