Falta de informação coloca vida de pacientes em risco
Data visa alertar população e profissionais da saúde para que reconheçam mais facilmente a doença
Em 5 de setembro, é comemorado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fibrose Cística, que segundo estimativa do Ministério da Saúde, atinge cerca de 1,5 mil portadores no Brasil.
Infelizmente, nem todos os portadores têm o diagnóstico. Assim, não recebem o tratamento e sofrem com uma doença que progride a cada dia, causando uma série de limitações.
As consequências, podem ser em geral bastante graves, afirma a Dra. Marina Buarque de Almeida, membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
“Um dos principais objetivos deste Dia Nacional de Conscientização é disseminar as informações sobre a Fibrose Cística, mobilizando não apenas a sociedade, mas também os profissionais de saúde, especialmente da atenção primária, a suspeitarem da doença e encaminharem os pacientes o mais rápido possível a especialistas.”
A doença:
A Fibrose cística é uma doença crônica transmitida geneticamente. Os sintomas costumam acometer principalmente o sistema respiratório e digestório.
Nas vias aéreas, há acúmulo de secreção, com algumas bactérias específicas que se proliferam no muco do paciente. Isso pode causar sinusites recorrentes ou crônicas.
“Esse acúmulo de secreção no pulmão, com a proliferação de bactérias de forma crônica, pode acarretar uma lesão pulmonar permanente, conhecida por bronquiectasia”, explica a especialista.
Já no sistema digestório, há uma deficiência na produção de enzimas que absorvem as gorduras dos alimentos, causando diarreia crônica e fezes explosivas com perda de gordura, que pode determinar um quadro de desnutrição do paciente.
Outras consequências relacionadas à FC são a doença hepática, diabetes, polipose nasal, azoospermia, entre outros.
O diagnóstico pode e deve ser realizado logo após o nascimento, por meio do chamado ‘Teste do Pezinho’, que é obrigatório no Brasil.
Panorama Atual
Com o avanço no diagnóstico e também no tratamento da FC, a expectativa de vida do portador, que antes dificilmente chegava a alguns anos, hoje chega À quarta década de vida.
“Os avanços na área de pesquisa oferecem esta boa perspectiva, determinando inclusive os diferentes graus da doença e tipos de disfunção.
Com o tratamento adequado, iniciado precocemente, é possível melhorar consideravelmente os sintomas da doença e oferecer ótima qualidade de vida ao paciente.
A doença no Brasil
No Brasil, segundo Marina, o tratamento é feito em Centros de Referência, com abordagem multiprofissional que inclui, além do pneumologista, nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, nutrólogo, enfermeiro, farmacêutico, endocrinologista, hepatologista, gastroenterologista, broncoscopista, endoscopista, otorrinolaringologista, radiologista, cardiologista, fonoaudiologista, geneticista, biólogos, entre outros profissionais.
Enviado por : Patrícia Boroski / Júlia Ramos
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