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Autismo: diagnóstico e tratamento


Com prevalência no sexo masculino, ainda não há consenso sobre o gene que desenvolve a síndrome
 

Autismo é uma síndrome comportamental que se caracteriza por pouco ou nenhum desenvolvimento da linguagem, comprometimento da socialização, dificuldade de expressar afetividade e tendência a viver em um mundo paralelo com interesses restritos.
 
“Existe grande variabilidade na expressão deste quadro clinico comportamental. A presença de distúrbios cognitivos pode variar de retardo mental a altas habilidades intelectuais”, afirma a dra. 

Ana Low, neurologista infantil e neurofisiologista clínica, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
 
Há uma discreta prevalência da síndrome no sexo masculino. A tentativa de identificar um gene responsável pelo autismo tem sido a meta de muitos trabalhos de pesquisa.
 
O diagnóstico exige uma avaliação criteriosa, que inclui exame clínico neurológico e/ou psiquiátrico, avaliação fonoaudiológica e neuropsicológica. 

Alguns exames laboratoriais podem permitir a compreensão de fatores associados e também esclarecer a etiologia, mas, ainda assim, o diagnóstico do autismo é clínico, com anamnese criteriosa e observação direta do comportamento.
 
Há uma tríade clássica de sintomas aos quais os pais devem ficar alertas: déficit na interação social e na comunicação; comportamento repetitivo; e interesses e atividades restritas, como hiperfoco em determinado assunto.
 
“Alguns pais percebem que seu filho é diferente ainda no primeiro ano de vida, quando não faz contato visual nem mesmo quando está no seio materno. Outros começam a desconfiar após 18-24 meses, quando a criança não desenvolve a linguagem e tem tendência a se isolar, não gosta de carinho e não demonstra emoção”, diz a dra. Ana Low.
 
O tratamento é multidisciplinar e envolve atividades como fonoterapia, estimulação, psicoterapia, musicoterapia, equoterapia, entre outras. 

“Se o paciente tem epilepsia, transtorno de hiperatividade com déficit de atenção, agressividade, distúrbio do sono, ou outras patologias associadas, ele deverá também ser tratado com medicações específicas”.
 
Especialistas ainda divergem no caso do autista precisar ou não de educação especial. Como a síndrome possui diferentes graus, cada caso deve ser analisado isoladamente. 

A doutora, porém, ressalta que independentemente do nível de autismo, é preciso um atendimento individualizado na escola, seja ela especial ou não.
 
Conforme o grau de comprometimento, muitos autistas podem levar uma vida praticamente normal, desde que o tratamento seja seguido e a família esteja ciente do quadro clínico. 

“É claro que a pessoa afetada pela síndrome vai ter dificuldades, por exemplo, para se socializar e se comunicar, mas com o apoio e conhecimento da família, o processo se torna menos desgastante para ambos”, finaliza a doutora.
 
 

Fonte: Patricia Boroski

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